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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vai ser tão bom, não foi?

E pronto, estamos de volta a terras de sua Majestade.

Ir de férias a Portugal é um sentimento mais contraditório do que se possa pensar. Passa-se as semanas antes a desesperar porque nunca mais chega o dia. E passa-se a última semana das férias a deprimir porque elas já estão a acabar.
Agora vivo com aquele sentimento que já não pertenço a lado nenhum. Portugal já não nos quer, e aqui, embora sejamos bem tratados seremos para sempre estrangeiros, seremos sempre diferentes.

A nossa casa será para sempre a nossa casa, mas engana-se quem acha que x semanas por ano chegam. É a nossa casa, mas não já não é onde moramos. E onde moramos até poderia ser a nossa casa, mas falta-lhe tanto para lá chegar. Temo que nunca lá chegue. Falta-lhe os jantares em família, falta-lhe as gargalhadas entre amigos, falta-lhe o toque constante da campainha e alguém prontamente a gritar "está aberta!". 

Ser emigrante é mais do que estar longe. Roubam-nos o tempo, roubam-nos os momentos. É não podermos estar lá quando as coisas importantes acontecem. Quando alguém nasce, quando alguém morre. Porque estar longe não custa, a sério que não. Umas horas de avião e estamos de volta. Custa é não estar presente nas pequenas parvoíces do dia-a-dia. Não há telefone ou skype que nos valha.
Amo muito o meu país, mas tenho-lhe uma mágoa que já não é de se perdoar. 

Rita

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