Se há coisinha que me irrita é pessoas que lambem o dedo para virar páginas.
E então ver o meu chefe durante 10 minutos à procura de uma factura no meio de uma resma de papéis é algo que quase me faz trepar paredes. Então sabendo eu que, porteriormente, vou ter de manusear as ditas facturas quase me faz saltar os olhos das orbitas.
Começo a visualizar aquela saliva toda, ali acumulada estratégicamente no cantinho superior direito das folhas. E depois imagino os germes, uns homenzinhos verdes com cara de maus (sim...eu imagino germes verdes) a planearam a sua expansão pelas folhas fora...armados até aos dentes, com as suas caras de vingança e com muita sede de reprodução.
Uma folha. Uma lambidela.
Uma folha. Uma lambidela.
Outra folha. Outra lambidela.
Ai que o homem não encontra a factura.
Chop. Chuaq.
Chop. Chuaq.
Mas o raio do papel tinha de estar no final do monte?
Folha. Lambidela.
Folha. Lambidela.
Folha. Lambidela.
Faço aqui um apelo a todos os indíviduos que fazem o mesmo que o meu chefe (sim, eu sei que vocês andam aí, escusam de negar):
PAREM!!! POR FAVOR!! É NOJENTO!!!
E agora dizem vocês: mas como vou eu passar as folhas?? Elementar meus caros. Há muito que a tecnologia nos brindou com as dedeiras. Para os mais distraídos cá vai um exemplar:
São uma maravilha para contar folhas, procurar um documento, coçar as orelhas....enfim, uma panóplia de utilidades! No meu trabalho há que cheguem e que sobrem para todos. Ainda tentei, quase sem esforço de disfarçar, colocar uma mesmo em frente dos olhos do chefinho mas sem qualquer efeito.
Enfim a factura lá apareceu! E lá fui eu pousar as ditas cujas, enquanto imaginava os ditos germes a treparem-me pelos braços acima.
Quase que podia jurar que no final daquela operação aquela resma de folhas pesava mais 200 gramas. Sério.
Chop. Chuaq....
RITA
1 comentário:
o Nome da Rosa, do Umberto Eco fala disso, precisamente. É um nojo de facto!
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