Estava de saída. Passava dois longos minutos da hora exacta. Cansada, talvez mais do psíquico que do físico, desci as últimas escadas num último esforço de boa-disposição dissimulada. Vesti o casaco, preparei-me para o frio, e disse "boa noite". 3 vezes.
1º "boa noite": Achei, legitimamente, que não tinha sido ouvida.
2º "boa noite": Achei, estupidamente, que não tinha sido ouvida.
3º "boa noite": Percebi que estava só a fazer figura de parva.
Fechei a porta sem resposta. Iria apé, até porque não era muito longe. 7 minutos depois já sentia o cheirinho a comida caseira. Entrei. Disse "boa noite". 1 vez.
Resposta quase em coro: "Boa Noite!"
Alguém me beijou a testa.
Agora sim, estava onde me querem bem.
ANA
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